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A trajetória dos atletas catarinenses na Rio2016

A trajetória dos atletas catarinenses participantes dos Jogos Olímpicos Rio2016

Em 2016, pela primeira vez em mais de um século de história, os Jogos Olímpicos (JO) da era Moderna foram sediados em um país da América do Sul. Os atletas são os principais atores dos JO, entretanto, raramente são identificados como um dos elementos  estruturais de constituição deste histórico megaevento. Em produções midiáticas, constrói-se  este sujeito como representação de um país e dá-se destaque àqueles que conquistam  medalhas, perpetuando e produzindo histórias no cenário esportivo nacional através de uma homogeneização da imagem do atleta olímpico (PIRES, 2010; SILVA, CARNEIRO, MARINHO, 2018).

De acordo com Rúbio (2019), as narrativas dos  atletas olímpicos podem colaborar para a formação de um imaginário esportivo mais heterogêneo, pois as trajetórias dos atletas, bem como as suas vivências dentro dos JO são únicas e singulares, ao serem rememoradas, permitem que os atletas assumam também o protagonismo no processo de ressignificação. Nessa direção, conferir  representatividade no caso do Brasil e, mais especificamente, da trajetória dos atletas catarinenses que participaram dos JO Rio 2016, faz manter vivas as histórias de  personagens que compõe parte do passado esportivo como prática cultural e sociopolítica, dotada de intencionalidades e interesses específicos (CHARTIER, 2011). Assim, surge o seguinte objetivo da pesquisa: compreender como atletas de Santa Catarina representam a sua trajetória e a sua participação nos JO de verão de 2016.

Desse modo, este estudo realizou uma pesquisa histórica. Para tanto, a concepção teórico-metodológica da História Oral, a partir da realização de entrevistas semiestruturadas com os atletas catarinenses participantes dos Jogos, foi empregada. O método de análise de conteúdo de Bardin (2000) foi eleito para interpretação dos depoimentos. As declarações dos(as) atletas citam com mais frequência a vivência na Vila Olímpica, como pode-se identificar no depoimento do(a) Atleta D (2022, p. 21) “quando eu entrei, quando eu vivi, quando eu botei o pé na Vila Olímpica, é tudo aquilo que eu sonhava, que achava que ia ser, aumentou mais ainda.[..] Por exemplo, russo e ucraniano hoje, se fosse na Vila Olímpica, estariam um do ladinho do outro comendo da mesma comida, vivendo no mesmo teto”. Diante disso, foi inferido que, para os atletas de Santa Catarina, os JO de 2016 foram marcados pelos contatos culturais possibilitados pela convivência com atletas de outros países e não meramente o período de competição nas modalidades.

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